quinta-feira, 12 de março de 2015

CRÓNICA: FOCUS

Título Original: Focus
Título Nacional: Focus
Pontuação: ★ ★ ★ ½ ☆

Realização: Glenn Ficarra, John Requa
Argumento: Glenn Ficarra & John Requa 
Elenco: Will Smith, Margot Robbie, Rodrigo Santoro
Info: Drama | Crime | Comédia | $50M | 105 min



Luxo. Sensualidade. Classe. É isto que nos é oferecido em Focus: uma oportunidade de conseguir um breve mas saboroso insight de uma vida de estrela. Fatos, relógios, jóias, carros, dinheiro. Estamos rodeados. Por isso é que sabe bem ver este filme escrito e realizado por Glenn Ficarra e John Requa, a dupla responsável por Crazy, Stupid, Love e I Love You Phillip Morris.

Esta é a história de Nicky (Will Smith), um charmoso vigarista e carteirista. Quando descobre a aspirante Jess (Margot Robbie), recebe-a como protegée na sua equipa de burlões e mostra-lhe um mundo em que realidade e ilusão se misturam, onde se suspende a credibilidade do que os nossos sentidos captam, e onde as emoções podem ser a morte do artista. Depois de se separarem após uma golpada bem-sucedida, Nicky e Jess voltam a encontrar-se passado algum tempo quando o primeiro se prepara para o seu próximo golpe, ao serviço de Garriga (Rodrigo Santoro), o dono de uma equipa de automobilismo. Com o inesperado reencontro, o plano começa a fugir do controlo de Nicky e o jogo começa a ficar perigoso.

Num filme em que artistas incrivelmente habilidosos realizam proezas quase irreais, correndo riscos imensos – tudo isto enquanto se mostram inacreditavelmente bem-parecidos – é difícil não ficar maravilhado. E com efeito a fotografia é um grande trunfo de Focus. O trabalho notável de Xavier Pérez Grobet (Enough Said e Nacho Libre) envolve o espectador, integrando-o nos ambientes em que se desenrola a ação, fundindo o estilo de um anúncio de carro desportivo com o glamour de uma passagem de modelos, acrescentando uma pitada de privilégio de uma festa particular ou de um camarote VIP no Superbowl. Para além disto, temos o bom trabalho de realização da dupla Ficarra-Requa, captando belíssimas coreografias da arte do carteirismo e cenas provocadoras de uma tensão pouco habitual (veja-se a cena no camarote – com nota artística para B. D. Wong).

Depois do fracasso de After Earth, Will Smith volta com, possivelmente, a sua melhor performance desde Ali. Ainda que Nicky não seja uma personagem profundamente explorada, a interpretação de Smith liga na perfeição com o que o filme pretende ser. Por sua vez, Margot Robbie (que vimos interpretar a mulher de DiCaprio em The Wolf of Wall Street) também tem uma prestação favorável, utilizando a seu favor a sua beleza e sensualidade para, tal como acontece em algumas peripécias do filme, desviar a atenção de algumas fraquezas de representação. A destacar também a interpretação de Adrian Martinez como Farhad, companheiro de Nicky, protagonizando cenas de um requinte notável (irónico), bem como a de Gerald McRaney, no papel do impiedoso braço direito de Garriga, Bucky Spurgeon, que apesar de não ter muito tempo de antena, mostra uma personagem com muita fibra e compromisso.

Não passa despercebida a química existente entre os dois personagens principais, embora a sua relação seja tomada de uma forma tão leviana que não é o que o espectador leva para casa. É pena, dado que o jogo, numa relação em que ambos os elementos fazem da mentira a sua vida e em que a confiança está permanentemente em xeque, podia ser interessante. Mas não se pode ficar triste. O que recebemos em troca é um leque de twists e puxões de tapete, muito característicos deste tipo de filmes, criados com alguma mestria, bem como uma meia dúzia de momentos de humor sui generis, que se revelam boas surpresas no decorrer da ação. Para não faltar à sinceridade, a verdade é que, para os amantes de este tipo de histórias, é provável que umas quantas reviravoltas que não sejam enormes surpresas (a série da BBC Hustle recomenda-se para os aficionados). Mas também é verdade que isso não tira o charme a Focus, não tira o mérito ao trabalho da realização, porque o espectador acaba por ter a oportunidade de apreciar a viagem. Não é um filme que fique para a história, tem a limitação de começar como verdadeiramente plausível e acabar como “isto só mesmo num filme”, mas também a vantagem de nos abraçar e nos transportar para uma jornada cheia de estilo, porque é isso que ele é: um filme com estilo.

quarta-feira, 11 de março de 2015

CRÓNICA: CHAPPIE

Título Original: Chappie
Título Nacional: Chappie
Pontuação: ★ ★ ★ ☆ ☆

Realização: Neill Blomkamp
Argumento: Neill Blomkamp & Terri Tatchell
Elenco: Sharlto Copley, Dev Patel, Watkin Tudor Jones, 
Yo-landi Visser, Hugh Jackman, Sigourney Weaver
Info: Ação | Ficção Científica | Thriller | $49M | 120 min



Depois do brilhante sleeper hit com que se estreou no cinema – District 9 (2009) – as expectativas para Chappie de Neill Blomkamp, tinham de ser elevadas. Aliás, para todos aqueles que se maravilharam com a primeira longa-metragem do realizador sul-africano e que assistiram ao malogrado Elysium (2013), Chappie poderia ser a obra que comprovava o valor de Blomkamp. No entanto, o resultado está aquém do seu primeiro filme e redireciona as esperanças de muitos, para desespero de outros, para a recém-anunciada sequela de Alien.

Num futuro próximo, o palco é Joanesburgo, a cidade natal do realizador (onde é que eu já vi isto?). O crime tomou as ruas “de assalto” e o combate à criminalidade torna-se cada vez mais complicado à custa de muitas baixas no corpo policial. Esta é a informação que nos é passada em formato de bloco noticioso na cena inicial de Chappie juntamente com a solução que passará pela inclusão de robôs-polícias, os scouts, no ringue da luta contra o crime. O seu criador, Deon Wilson (Dev Patel), ao serviço de uma empresa de armamento liderada por Sigourney Weaver, tem no entanto aspirações maiores do que a criação de uma matilha de robocops: pretende criar a primeira verdadeira inteligência artificial – capaz de sentir, aprender, adaptar, ser criativa e até escrever poesia. Vá-se lá perceber o porquê de uma empresa de armamento rejeitar tal ideia. Enfim. Quando Wilson é raptado por um grupo de delinquentes, entre os quais estão Ninja e Yo-Landi Visser (rappers da banda sul-africana Die Antwoord), vê-se forçado a testar a sua criação numa unidade policial inutilizada em combate. E assim nasce Chappie, um bebé-robô que vai crescer num bairro problemático e com pais que têm tanto de cultura literária quanto sentido de estética. O seu propósito é aproveitar a ingenuidade de Chappie para o levar a auxiliá-los numa série de crimes para que possam saldar uma dívida pendente ao delinquente-mor, e tudo isto enquanto o colega invejoso de Wilson, Vincent Moore (Hugh Jackman), tenta eliminar a sua criação.

Não é surpresa encontrarmos um pano de fundo satírico-crítico social neste filme de Blomkamp: depois do ensaio sobre o apartheid e a xenofobia que pudemos observar em District 9 e do gap hiperbólico de classes apresentado em ElysiumChappie faz uma abordagem do confronto inato vs. adquirido, da exploração da inocência e põe-nos a pensar até um pouco sobre clonagem.

Sharlto Copley, que parece ser amuleto para Blomkamp, volta ao plantel principal dando vida de forma imaculada ao desajeitado homem de lata através de motion-capture, do descontrolo de movimentos do início da vida ao caminhar street gangsta muthafucka que acaba por adquirir. Há que salientar o trabalho notável de efeitos especiais que tornam este personagem tão realista. Depois temos uma série de atores improváveis no papel de heróis. Dev Patel, que parece fazer bem o salto para um filme de ação (sabe que isto não é o Quem quer ser Milionário?), e os tão extravagantes como na realidade Ninja e Yo-Landi, que se estreiam no grande ecrã. Finalmente, nota artística para Hugh Jackman, que interpreta um vilão impiedoso e sem escrúpulos de forma brilhante, destacando-se enquanto ator e trazendo muito corpo ao elenco (tanto figurada como literalmente).

Tudo parece alinhado em ideias e personagens, para um grande sucesso para Blomkamp. E sê-lo-ia caso a narrativa tivesse tido tanta atenção como a linguagem corporal de Copley ou a perfeição visual de Chappie. O argumento desenhado, escrito conjuntamente com a sua mulher Terri Tatchell, deveria fazer-nos pensar sobre aquilo que constitui a natureza humana (não falhando por completo aí), mas deixa-nos no final o sabor amargo da subexploração. O cineasta sul-africano parece não conseguir encontrar o equilíbrio entre o filme de ideias e a ação exacerbada, evidenciando-se um contraste entre essas duas frentes. Resta ao espectador admirar a performance de Copley num Chappie que conquista o carinho de quem o vê crescer, louvar o honrado patriotismo de Blomkamp que volta a tomar Joanesburgo como seu palco e a incluir no elenco Sharlto Copley e a banda Die Antwoord, e levar para casa como TPC as ideias que nos são apresentadas que, apesar de pouco aprofundadas, não perdem o seu valor. Por tudo isto, Chappie é um filme que nos mostra mais uma vez a distopia que já caracteriza Neill Blomkamp e que vale a pena ir ver.

domingo, 8 de março de 2015

CRÓNICA: BLACK SEA

Título Original: Black Sea
Título Nacional: Mar Negro
Pontuação: ★ ★ ★ ☆ ☆

Realização: Kevin MacDonald
Argumento: Dennis Kelly
Elenco: Jude Law, Scoot McNairy, Ben Mendelsohn, David Threlfall
Info: Aventura | Thriller | (budget não divulgado) | 114 min



Das Boot, The Hunt for Red October, Crimson Tide. Estes são alguns filmes que têm num submarino o seu palco principal. Têm também em comum terem obtido pelo menos 3 nomeações para os óscares (o primeiro teve 6). Este é um dos primeiros desafios com que se depara o realizador Kevin MacDonald – The Last King of Scotland (2006), State of Play (2009) e Touching the Void (2003).

Por sua vez, o argumentista estreante Dennis Kelly – alguns conhecerão o seu trabalho na série britânica Utopia – apresenta-nos a história de Robinson (Jude Law), capitão de submarino profissional, que acaba de ser dispensado. Quem diria? Diz que até é uma profissão com saída... A injustiça que sente perante a empresa a que dedicou a sua vida a um preço muito elevado, o da sua família, leva-o a embarcar (literalmente) numa jornada no Mar Negro em busca de um submarino alemão, carregadinho de ouro e afundado durante a Segunda Guerra Mundial, que está na mira dos seus ex-empregadores. Movido por esta vontade de lhes mostrar o dedo do meio, junta uma tripulação composta por ingleses e russos e consegue o investimento necessário para alugar um submarino para esta missão.

O tempo que nos é dado para conhecer a fundo a história de cada um dos tripulantes acaba por se revelar diminuto, fazendo com que não se ganhe a aproximação e o afeto desejados com cada personagem, em prejuízo do trabalho de Kelly. Porém, com o desenrolar do filme apercebemo-nos que todas estas personagens, com os seus carismas, feitios e obsessões, são pessoas com defeitos que se vão revelando, ao ponto de o espectador questionar “mas afinal quem é que são os bons?”. Esta particularidade do trabalho do argumentista, não criando aquele típico herói, é preponderante para permitir que o público se envolva no ambiente criado. Adicionalmente, o facto de estarmos perante um grupo de homens que dedicaram a vida a trabalhar para uma empregador cruel e desinteressado, em prejuízo de saúde, casamento ou felicidade, faz com que, em todo o caso, o espectador deseje que a demanda seja bem-sucedida.

O desempenho de Jude Law é muito bom, encarnando um capitão Robinson durão e pragmático, muito distante das personagens de menino bonito que marcaram a ascendência na carreira do ator. Também um personagem com os seus defeitos e virtudes, o filme explora o trabalho deste homem a lutar com a dificuldade de ser um capitão-treinador, atenuando as divergências de uma equipa disfuncional e focando os seus esforços no objetivo final. E como nem tudo é pragmatismo, vemos também o Law sensível de sempre a receber a ovelha tresmalhada do grupo por baixo da sua asa, Tobin (Bobby Schofield), um adolescente que caiu no submarino de pára-quedas (não literalmente). Em igual situação está também Daniels, interpretado pelo ascendente Scoot McNairy (Argo, 12 Years a Slave), subordinado do investidor que é também forçado a juntar-se à missão. Olhado por muitos como representante da madrasta sociedade, economista de gravata num submarino, é também segregado e faísca para muitos rastilhos.

Mesmo fugindo de um enredo convencional, não podemos deixar de reparar em alguns clichés deixados pela dupla Kelly-MacDonald tais como a namorada grávida, a fotografia da família distante na carteira do capitão ou a personagem claustrofóbica no submarino. O enredo também começa morno, mas à medida que avança, adquire-se um certo momentum oferecendo-nos um ou outro twist surpreendente.

No global estamos perante um filme que nos envolve com o meio e com a missão, que podia explorar um pouco melhor a claustrofobia e a morfologia labiríntica de um submarino – os planos capturados em movimento são poucos – mas que nos presenteia com uma performance alternativa de Jude Law, algumas surpresas no enredo e uma abordagem alternativa de um modelo de filme um tanto ou quanto comum. Tem ainda a vantagem de nos fazer viajar num submarino em melhor estado que os adquiridos por Portas (sim, é mesmo este).


segunda-feira, 2 de março de 2015

CRÓNICA: THE WEDDING RINGER

Título Original: The Wedding Ringer
Título Nacional: O Amigo do Peito
Pontuação: ★ ★  ☆ ☆ + 

Realização: Jeremy Garelick
Argumento: Jeremy Garelick & Jay Lavender 
Elenco: Kevin Hart, Josh Gad, Kaley Cuoco-Sweeting
Info: Comédia | Romance | $23M | 101 min



A cena de abertura de The Wedding Ringer é um retrato muito fiel daquilo que é o filme na sua globalidade. Um problema, uma grande dificuldade em resolvê-lo e disparates em quantidades industriais (veja-se o episódio da mesa no final da cena).

O plot é simples: Doug Harris (Josh Gad) não consegue arranjar padrinhos para o seu casamento e recorre aos serviços da Best Man, Inc., empresa gerida por Jimmy Callahan (Kevin Hart) que é a solução para os seus problemas: existe apenas uma regra, Doug comprou um serviço, não um melhor amigo, e portanto no final do casamento cada um deverá seguir a sua vidinha.

Como é mais do que óbvio, não é spoiler nenhum dizer que os dois ficam juntos no final, e isso é o grande trunfo que nos é apresentado em The Wedding Ringer. Todos sabemos para onde vamos, e não é por isso que o espectador deixa de se surpreender. Este é um filme que não pretende ter personagens complexas para se conhecer à medida que o enredo avança, optando antes por uma mão cheia de estereótipos que têm o seu momento para brilhar. Um humor assente tanto no exagero como na surpresa, com alguns diálogos muito bem esgalhados e uma mensagem de fundo que nos prova que o facto de o gordo ir sempre à baliza só é uma oportunidade para este se tornar um bom guarda-redes, são suficientes para The Wedding Ringer não ser de todo um fracasso.

Kevin Hart é um comediante fabuloso e mostra-o por diversas vezes, Josh Gad cumpre muito bem com o seu papel e Kaley Cuoco-Sweeting, a Penny de Big Bang Theory, com pouco tempo de antena, tem uma prestação que cumpre os mínimos, tão morna quanto a personagem que interpreta. Uma vénia ainda para o ator Ignacio Serricchio no papel de Edmundo.

Em suma, o filme de Jeremy Garelick e Jay Lavender (criadores de The Break-Up) mostra que sabe bem em que categoria se insere, procurando destacar-se sem ser pretensioso, mantendo-se simples, inteligente, por vezes bizarro e muitas vezes divertido. Não leva mais do que duas estrelas, mas leva uma estrela suplementar de “Bom Filme de Domingo à Tarde” – aqueles domingos marcados por um bom almoço, em que o sofá grita por nós para assistir a uma película que não exija muito do nosso intelecto – porque de facto é um belo pedaço de entretenimento (para M/14).

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

CRÓNICA: KINGSMAN: THE SECRET SERVICE

Título Original: Kingsman: The Secret Service
Título Nacional: Kingsman: Serviços Secretos
Pontuação: ★ ★ ★ ★ ☆

Realização: Matthew Vaughn
Argumento: Jane Goldman & Matthew Vaughn
Adaptação de The Secret Service de Mark Millar e Dave Gibbons
Elenco: Colin Firth, Michael Caine, Taron Egerton, Samuel L. Jackson, Mark Strong
Info: Comédia | Ação | Aventura  | $81M | 129 min



Assistir ao trailer de Kingsman provoca a sensação de que estamos perante um filme que, apesar do seu elenco de luxo, é mais uma produção formatada, de alto orçamento, que estoura dinheiro em CGI e em que parece que alguém se esqueceu de que ter um argumento também dá jeito para se fazer cinema. Surpreendentemente, este não é um desses filmes nem tão pouco um filme para levar os garotos a ver no fim de semana, já que está a chover (o filme está classificado como M/16).

Depois de Kick-Ass (2010) e X-Men: First Class (2011) e mais de uma década depois de Layer Cake (2004 – outro crime thriller que vale a pena, com Daniel Craig como protagonista), Matthew Vaughn regressa à cadeira de realizador com esta adaptação da banda-desenhada de espiões “The Secret Service”. 

O argumento não é intrincado: uma organização super-secreta inicia um  recrutamento para selecionar um candidato aos seus quadros, enquanto um temível vilão prepara um plano maquiavélico para controlar a população mundial. E se tudo se poderia resumir ao percurso do candidato underdog entre concorrentes aparentemente mais favorecidos, a verdade é que este também não é um desses filmes. 

Então que filme é que vem a ser este? Kingsman tem tanto de britânico quanto de mirabolante. À imagem de James Bond, os personagens principais são agentes secretos que vestem o seu fato à medida e que estão instalados na famosa Savile Row londrina, casa do bespoke tailoring. A fachada, uma alfaiataria, claro. A opção de uma mercearia gourmet poderia destoar e acabar com o secretismo. E como todas as agências secretas conhecidas, há um chefe, Arthur (Michael Caine), um agente de campo formidável, Harry Hart (Colin Firth) e um gajo dos computadores, Merlin (Mark Strong). Depois de uma baixa inesperada na organização, o jovem desfavorecido Gary 'Eggsy' Unwin (Taron Egerton) inicia as agressivas provas da recruta, enfrentando um grupo de jovens de sangue azul, introduzindo-se assim o confronto de classes escrutinado pelo cinema britânico. Em paralelo, Richmond Valentine, personificado por Samuel L. Jackson, é um multimilionário filantropo, com uma visão muito própria do que é o melhor para o planeta Terra, que coloca em marcha um plano sádico de controlo populacional. Cabe aos Kingsman, velhos e novos, evitar o genocídio.

Se até aqui ainda parece tratar-se de um filme tipo bolo instantâneo, não desespere! Aborrecido ou previsível são palavras que não ligam com Kingsman. Com um humor que tem tanto de refinado quanto de insano, Matthew Vaughn guia-nos através de um passeio a pé numa pista de carrinhos de choque. Da subtileza de um vilão sopinha de massa com nojo de sangue (põe-no mesmo a chamar pelo Gregório) à delirante cena final ao som de "Pomp and Circumstance" de Sir Edward Elgar, passando pela violência hiperbólica que já nos presenteou em Kick-Ass, este é com certeza um candidato a blockbuster surpresa do ano.

Firth e Jackson arrebatam o filme, o primeiro com uma postura deliciosa de agente com muita classe e muito jeito para a pancada, o segundo com uma encarnação satírica de um vilão plenamente consciente que está a lutar por um bem maior. Egerton também desempenha um papel consistente, Mark Strong volta a aparecer como um ator secundário de peso e a ter em muito boa conta, e Michael Caine... bem, é Michael Caine.

Kingsman é um filme que ilude e surpreende, roçando perigosamente os limites entre o humor muito negro e a insanidade, com cenas de violência gráfica e rasgos delirantes de Vaughn (muito ao estilo do seu bom amigo Guy Ritchie), aos ritmos do disco, funk e new wave. Com diversas cenas de ação frenética (em alguns casos parecendo mesmo ceder à pressão da pré-formatação deste estilo) o resultado é uma obra de entretenimento alternativa e arrojada, que certamente dividirá a crítica por ter tanto de brilhante como de idiota. Deste lado, a crítica não tem dúvida: Kingsman é uma excelente surpresa!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

NOTÍCIA: NOVO POSTER DE AVENGERS


Título Original: Avengers: Age of Ultron
Título Nacional: Os Vingadores: A Era de Ultron
Estreia a 30/04/2015

Realização: Joss Whedon
Argumento: Joss Whedon
Adaptação da BD de Stan Lee e Jack Kirby
Elenco: Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Chris Evans, 
Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Jeremy Renner
Género: Ficção Científica | Ação | Aventura | 160 min

Sinopse: Quando Tony Stark tenta iniciar um programa de manutenção de paz e as coisas dão para o torto e Ultron põe em marcha um plano terrível, cabe ao Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Incrível Hulk, Viúva Negra e o Gavião Arqueiro (ahah, talvez um nome a não escolher para super-herói) salvar o planeta da destruição.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

CRÓNICA: THE IMITATION GAME

Título Original: The Imitation Game
Título Nacional: O Jogo da Imitação
Pontuação: ★ ★ ★ ★ ☆

Realização: Morten Tyldum
Argumento: Graham Moore
Baseado em Alan Turing: The Enigma de Andrew Hodges
Elenco: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode, 
Rory Kinnear, Charles Dance, Mark Strong
Info: Biografia | Drama | Thriller | $14M | 114 min



Em estreia no cinema de língua inglesa, Morten Tyldum lança para cima da mesa um forte Jogo da Imitação, que no passado domingo (22 de Fevereiro) competiu em oito categorias das estatuetas douradas (Óscares para os amigos) - incluindo a de melhor filme, melhor ator principal, melhor atriz secundária e ainda de melhor realização - tendo arrecadado o prémio de melhor argumento adaptado. Não foi por acaso.

Depois de Headhunters (2011 – excelente crime thriller), o cineasta norueguês leva para a tela a história do matemático e criptanalista britânico Alan Turing, um dos responsáveis pela decifração das mensagens encriptadas pela Enigma, a máquina utilizada pela Alemanha para proteger a sua correspondência durante a Segunda Guerra Mundial. Mas The Imitation Game não fica por aí, não fica pelo filme d’époque que enaltece os feitos de um homem e de uma nação. Conta-nos antes a história de um personagem demasiado complexo para o meio em que vive, à frente do seu tempo e vítima de uma necessidade terrível de adaptação social. Este é o cenário que Benedict Cumberbatch explora de forma exemplar, mostrando porque é um dos melhores atores da atualidade. Construindo um Turing sherlockiano,  (co)move o espectador tanto na esperança e perseverança com que procura o sucesso e explora o seu génio como no desespero do confronto com os seus limites.

Apesar da crítica sobre a imprecisão histórica dos eventos e personagens presentes no filme, os trabalhos de realização e argumento fundem-se para retratar parte da vida de uma personalidade bastante complexa. Uma vez que o objetivo era a criação de uma experiência que envolvesse o espectador e que o transportasse emocionalmente para um outro patamar, e dado que seria impensável o retrato de todos os pormenores da vida de Turing (quer por serem desconhecidos quer por uma questão de limitação de tempo), os ajustes feitos ao nível do argumento são perfeitamente justificáveis pela construção do resultado e mensagem finais.

Keira Knightley no papel da colega de Turing, Joan Clarke - nomeada para o óscar de melhor atriz secundária - tem uma participação sólida, que sustenta e enaltece a personagem de Cumberbatch, valiosa o suficiente para valer a nomeação, porém não tanto para valer o prémio. Digno ainda de menção honrosa é o desempenho de Mark Strong, pelo papel do agente do MI6 Stewart Menzies, preponderante para o desenrolar dos eventos a favor do criptanalista, mostrando uma presença forte mesmo por detrás da subtileza do seu papel secundário.

Todo o filme é embalado de forma imaculada por mais uma fantástica produção musical de Alexander Desplat, nomeado para dois óscares este ano (e bem) tanto por esta banda sonora como da de The Grand Budapest Hotel de Wes Anderson (com a qual acabou mesmo por vencer o prémio).

Esta é portanto uma película que ficará para a história como exploradora da natureza do grande Alan Turing, despertando decerto aos espectadores uma vontade de conhecerem mais deste ícone (e há muito mais para além do que The Imitation Game aborda), cujo trabalho encaminhou o desenvolvimento científico para o caminho que estamos hoje a percorrer.

Homossexualidade é também uma das temáticas que marcam o filme, sendo explorada na profundidade adequada no seu decorrer. A orientação sexual foi algo que Turing tentou proteger em vida e que acabou por ser o rastilho que levou à sua morte. Como muitos na Inglaterra daquela época, quando desvelada a sua homossexualidade, Alan Turing teve de optar entre a prisão ou a castração química. Escolhida a segunda de modo a poder dar continuidade ao seu trabalho científico, o matemático acabaria por falecer em casa vítima de envenenamento com cianeto, tratando-se presumivelmente de suicídio. Fica a dura mensagem de que ainda em meados do século XX – não foi assim há tanto tempo – a vida não era fácil para as mulheres e ainda menos para os homossexuais.

The Imitation Game deixa presente o quanto caminhámos até aos dias de hoje e, na consciência de cada um, o quanto podemos ainda percorrer rumo a uma sociedade mais abrangente e tolerante, sob a sombra da perda de uma personalidade que abandonou o mundo sem lhe ter sido dada a distinção devida.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

NOTÍCIA: O VÔO DE BIRDMAN SOBRE A MENINICE DE BOYHOOD

Realizou-se esta madrugada a 87ª gala de atribuição dos Óscares. Numa noite que prima pelo glamour as atenções estão concentradas nos favoritos a receber os maiores galardões da sétima arte. O anfitrião da noite e sucessor de Ellen DeGeneres foi o ator americano Neil Patrick Harris.


Os filmes Birdman e The Grand Budapest Hotel lideravam o pote dos nomeados com 9 nomeações, seguidos de perto da produção britânica The Imitation Game com 8. American Sniper e Boyhood (6 nomeações) e Foxcatcher, Interstellar, The Theory of Everything e Whiplash (5 nomeações).

E se os filmes de Wes Anderson e de Alejandro González Iñárritu partiram empatados em nomeações, foi também assim que terminaram a cerimónia, com 4 prémios cada. Numa noite em que o filme independente Boyhood e Birdman eram os grandes favoritos a dividir entre si as estatuetas das categorias principais, o filme do mexicano Iñárritu levou a melhor. Depois de Alfonso Cuarón ter levado o primeiro óscar para o México no ano passado com Gravity, este ano foi a vez do realizador de Birdman. O filme de baixo orçamento (2,4M$) de Richard Linklater saiu derrotado nesta cerimónia, levando para casa apenas o prémio de melhor atriz secundária.

Voltando a Birdman, o grande vencedor da noite arrecadou os prémios de melhor filme, melhor realizador, melhor argumento original, bem como melhor fotografia para Emmanuel Lubezki, como esperado na análise realizada pelo Câmara Lenta (ver crónica).


De assinalar ainda os óscares de melhor ator para Eddie Redmayne pelo seu papel de Stephen Hawking, melhor atriz para Julianne Moore que personificou uma doente de Alzheimer em Still Alice, e de melhor ator secundário para o exigente professor Terrence Fletcher de J.K. Simmons (a crónica de Whiplash sai dentro de dias). O filme de Damien Chazelle arrecadou com todo o mérito o prémio em outras duas categorias, fechando assim o pódio.

A lista completa dos premiados é:

MELHOR FILME – Birdman
MELHOR ATOR PRINCIPAL – Eddie Redmayne (The Theory of Everything)
MELHOR ATRIZ PRINCIPAL – Julianne Moore (Still Alice)
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO – J.K. Simmons (Whiplash)
MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA – Patricia Arquette (Boyhood)
MELHOR REALIZADOR – Alejandro González Iñárritu (Birdman)
MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO – Graham Moore (The Imitation Game)
MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL – Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr & Armando Bo (Birdman)
MELHOR FILME ESTRANGEIRO – Ida de Paweł Pawlikowski (Polónia)
MELHOR DOCUMENTÁRIO – Citizenfour
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO – Big Hero 6 de Don Hall, Chris Williams and Roy Conli
MELHOR MONTAGEM – Tom Cross (Whiplash)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL – "Glory" de John Stephens e Lonnie Lynn (Selma)
MELHOR BANDA-SONORA ORIGINAL – Alexandre Desplat (The Grand Budapest Hotel)
MELHOR FOTOGRAFIA – Emmanuel Lubezki (Birdman)
MELHOR GUARDA-ROUPA – Milena Canonero (The Grand Budapest Hotel)
MELHOR CARACTERIZAÇÃO – The Grand Budapest Hotel
MELHOR DIREÇÃO ARTÍSTICA – Adam Stockhausen e Anna Pinnock (The Grand Budapest Hotel)
MELHOR EDIÇÃO DE SOM – American Sniper
MELHOR MISTURA SONORA – Whiplash
MELHORES EFEITOS VISUAIS – Interstellar
MELHOR CURTA-METRAGEM – The Phone Call de Mat Kirkby e James Lucas
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO – Feast de Patrick Osborne e Kristina Reed
MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO – Crisis Hotline: Veterans Press 1

Boa semana e bons filmes.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

CRÓNICA: TAKEN 3

Título Original: Taken 3
Título Nacional: Taken 3
Pontuação: ☆ ☆ ☆

Realização: Olivier Megaton
Argumento: Luc Besson & Robert Mark Kamen 
Elenco: Liam Neeson, Maggie Grace, Forest Whitaker, Famke Janssen
Info: Ação | Thriller | $48M | 109 min



Depois da visita a Paris para libertar a sua filha das garras dos seus captores, oferecendo um fartote de porrada a quem aparecesse no seu caminho, e depois da visita a Istambul onde aproveita a estadia para ser raptado, libertar-se e oferecer um fartote de porrada a quem apareceu no caminho, Bryan Mills volta ao grande ecrã. Ex-agente da CIA e com “um conjunto particular de capacidades” vê-se acusado do assassinato da mulher, Lenore, e consequentemente objeto de uma verdadeira caça ao homem. Disposto a limpar o seu nome e a proteger a vida da filha, o herói encarnado por Liam Neeson vai perseguir os responsáveis enquanto foge à marcação cerrada do agente Dotzler (Forest Whitaker).

Ao que parece, depois da saga Transporter (com Jason Statham como protagonista), Olivier Megaton oficializa-se como herdeiro do esforço inglório de levar ao esgotamento os franchises criados pela dupla Luc Besson e Robert Mark Kamen. Numa trama que (infelizmente) tem muito de previsível, o espectador é bombardeado por “pequenas pistas” que “inesperadamente” vão levar ao culminar do enredo (sarcasmo). É pena serem tão óbvias porque do lado da lei temos um Forest Whitaker sem espaço para brilhar, mero peão num tabuleiro de xadrez. Ainda assim, não se pode dizer que tudo seja mau, tire o leitor daí a sua ideia, porque a verdade é que se o enredo só vale 1 estrela à pontuação desta crónica, Liam Neeson per se vale outra. Aqui ele brilha, ao estilo das sessões de Chiado Terrace de sábado à tarde, com muito pugilato, sarilhos na auto-estrada (em que no final vem sempre um camião ‘botar’ água na fervura), tiros e explosões a que qualquer amante de ação não fica indiferente. Um ainda que pobre “plot twist” no final, não mais que mera sombra daquilo com que Besson nos tem presenteado, acaba por mandar o espectador para casa com um sabor menos amargo na boca. 

Não é um filme imperdível: o argumento é manifestamente precário e tem uma sequência de cenas que se encadeiam de forma desconexa; por sua vez o papel de Neeson badass vale a pena e há sempre alturas em que filmes como Taken 3 são bons filmes para ver. Porém, nada que chegue perto do encanto (e também da novidade) do que se viu em Taken – Busca Implacável (2008) e que culminou na vontade da FOX de explorar a personagem do ex-agente Bryan Mills, nesta trilogia. Bem ou mal, a história é outra, a verdade é que Neeson traz um encanto muito singular aos filmes de ação.

Agradecimentos Magazine HD pelo acesso à antestreia

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

NOTÍCIA: AND THE NOMINEES ARE...

A AMPAS (Academy of Motion Picture Arts and Sciences) deu hoje a conhecer os nomeados para os Óscares deste ano, numa apresentação levada a cabo pelo seu presidente Cheryl Boone Isaacs, acompanhado por Chris Pine, J.J. Abrams e Alfonso Cuarón.



Os filmes Birdman e The Grand Budapest Hotel lideram o pote dos nomeados com 9 nomeações, seguidos de perto pela produção britânica The Imitation Game, com 8. De seguida aparecem American Sniper e Boyhood (6 nomeações) e Foxcatcher, Interstellar, The Theory of Everything e Whiplash (5 nomeações).

Surgiram já várias críticas nas redes sociais acerca da não nomeação do filme The LEGO Movie para a categoria de melhor filme de animação.

Destaque para a terceira nomeação em anos consecutivos do ator Bradley Cooper.
A 87ª gala de atribuição dos óscares da Academia, terá lugar no próximo dia 22 de Fevereiro e terá como anfitrião o ator Neil Patrick Harris.

Melhor filme
American Sniper
Birdman
Boyhood
The Grand Budapest Hotel
The Imitation Game
Selma
The Theory of Everything
Whiplash

Melhor ator
Steve CarellFoxcatcher no papel de John du Pont
Bradley CooperAmerican Sniper no papel de Chris Kyle
Benedict CumberbatchThe Imitation Game no papel de Alan Turing
Michael KeatonBirdman no papel de Riggan Thomson
Eddie RedmayneThe Theory of Everything no papel de Stephen Hawking

Melhor atriz
Marion CotillardTwo Days, One Night no papel de Sandra Bya
Felicity JonesThe Theory of Everything no papel de Jane Hawking
Julianne MooreStill Alice no papel de Alice Howland
Rosamund PikeGone Girl no papel de Amy Elliott-Dunne
Reese WitherspoonWild no papel de Cheryl Strayed

Melhor ator secundário
Robert DuvallThe Judge no papel de Joseph Palmer
Ethan HawkeBoyhood no papel de Mason Evans Sr.
Edward NortonBirdman no papel de Mike Shiner
Mark RuffaloFoxcatcher no papel de Dave Schultz
J.K. SimmonsWhiplash no papel de Terence Fletcher

Melhor atriz secundária
Patricia ArquetteBoyhood no papel de Olivia Evans
Laura DernWild no papel de Barbara "Bobbi" Grey
Keira KnightleyThe Imitation Game no papel de Joan Clarke
Emma StoneBirdman no papel de Sam Thomson
Meryl StreepInto the Woods no papel de The Witch

Melhor realizador
Wes Anderson – The Grand Budapest Hotel
Alejandro González IñárrituBirdman
Richard LinklaterBoyhood
Bennett MillerFoxcatcher
Morten TyldumThe Imitation Game

Melhor argumento adaptado
Jason Hall – adaptação de “American Sniper” por Chris Kyle, Scott McEwen & Jim DeFelice para American Sniper
Graham Moore – adaptação de “Alan Turing: The Enigma” por Andrew Hodges para The Imitation Game
Paul Thomas Anderson – adaptação de “Inherent Vice” por Thomas Pynchon para Inherent Vice
Anthony McCarten – adaptação de "Travelling to Infinity: My Life with Stephen" por Jane Wilde Hawking para The Theory of Everything
Damien Chazelle por Whiplash

Melhor argumento original
Birdman – Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr & Armando Bo
Boyhood – Richard Linklater
Foxcatcher – E. Max Frye & Dan Futterman
The Grand Budapest Hotel – Wes Anderson & Hugo Guinness
NightcrawlerDan Gilroy

Melhor filme estrangeiro
Ida de Paweł Pawlikowski (Polónia)
Leviathan de Andrey Zvyagintsev (Rússia)
Tangerines de Zaza Urushadze (Estónia)
Timbuktu de Abderrahmane Sissako (Mauritânia)
Wild Tales de Damián Szifrón (Argentina)

Melhor documentário
Citizenfour
Last Days in Vietnam
Virunga
Finding Vivian Maier
The Salt of the Earth

Melhor filme de animação
Big Hero 6 de Don Hall, Chris Williams and Roy Conli
The Boxtrolls de Anthony Stacchi, Graham Annable and Travis Knight
How to Train Your Dragon 2 de Dean DeBlois and Bonnie Arnold
Song of the Sea de Tomm Moore and Paul Young
The Tale of the Princess Kaguya de Isao Takahata and Yoshiaki Nishimura

Melhor montagem
Joel Cox e Gary D. Roach por American Sniper
Sandra Adair por Boyhood
Barney Pilling por The Grand Budapest Hotel
William Goldenberg por The Imitation Game
Tom Cross por Whiplash

Melhor canção original
"Everything is Awesome" de The Lego Movie – Shawn Patterson
"Glory" de Selma – John Stephens e Lonnie Lynn
"Grateful" de Beyond the Lights – Diane Warren
"I'm Not Gonna Miss You" de Glen Campbell: I'll Be Me – Glen Campbell e Julian Raymond
"Lost Stars" de Begin Again – Gregg Alexander e Danielle Brisebois

Melhor banda-sonora original
Alexandre DesplatThe Grand Budapest Hotel
Alexandre DesplatThe Imitation Game
Hans ZimmerInterstellar
Gary YershonMr. Turner
Jóhann JóhannssonThe Theory of Everything

Melhor fotografia
Emmanuel Lubezki com Birdman
Dick Pope com Mr. Turner
Robert D. Yeoman com The Grand Budapest Hotel
Ryszard Lenczewski e Łukasz Żal com Ida
Roger Deakins com Unbroken

Melhor guarda-roupa
Colleen Atwood em Into the Woods
Anna B. Sheppard em Maleficent
Milena Canonero em The Grand Budapest Hotel
Jacqueline Durran em Mr. Turner
Mark Bridges em Inherent Vice

Melhor caracterização
Guardians of the Galaxy
Foxcatcher
The Grand Budapest Hotel

Melhor cenografia
Adam Stockhausen e Anna Pinnock em The Grand Budapest Hotel
Suzie Davies e Charlotte Watts em Mr. Turner
Dennis Gassner e Anna Pinnock em Into the Woods
Nathan Crowley, Gary Fettis e Paul Healy em Interstellar
Maria Djurkovic em The Imitation Game

Melhor montagem de som
American Sniper
Interstellar
Unbroken
The Hobbit: The Battle of the Five Armies
Birdman

Melhor mistura de som
American Sniper
Birdman
Unbroken
Interstellar
Whiplash

Melhores efeitos visuais
Interstellar
Dawn of the Planet of the Apes
Guardians of the Galaxy
X-Men: Days of Future Past
Captain America: The Winter Soldier

Melhor curta-metragem
Oded Binnun e Mihal Brezis - Aya
Michael Lennox e Ronan Blaney - Boogaloo and Graham
Hu Wei e Julien Féret - Butter Lamp (La Lampe au Beurre de Yak)
Talkhon Hamzavi e Stefan Eichenberger - Parvaneh
Mat Kirkby e James Lucas - The Phone Call

Melhor curta-metragem de animação
Daisy Jacobs e Christopher Hees - The Bigger Picture
Robert Kondo e Dice Tsutsumi - The Dam Keeper
Patrick Osborne e Kristina Reed - Feast
Torill Kove - Me and My Moulton
Joris Oprins - A Single Life

Melhor curta-metragem documentário
Perry Films - Crisis Hotline: Veterans Press 1
Wajda Studio - Joanna
Warsaw Film School - Our Curse
Centro de Capacitación Cinematográfica - The Reaper (La Parka)

Weary Traveler - White Earth

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

NOTÍCIA: RESCALDO DA 72ª NOITE DE GLOBOS DE OURO

Apesar da controvérsia e da nuvem de tráfico de influências que há muito paira sobre a cerimónia de entrega dos Globos de Ouro, é irremediável que esta seja tomada como uma antecâmara para a noite de entrega dos Óscares. Com Amy Poehler e Tina Fey como anfitriãs pela terceira e última vez, a 72ª gala foi de boa disposição e de muitas surpresas.



Na categoria de cinema, Birdman (7), Boyhood e The Imitation Game (5), e na categoria de televisão, Fargo (5) e True Detective (4) encabeçaram a lista dos mais nomeados.
Na lista dos vencedores de múltiplas estatuetas estiveram Boyhood (3) e The Affair, Birdman, Fargo, The Theory of Everything e Transparent (2).

Numa noite muito equilibrada e com prémios muito divididos, levou a melhor o filme Boyhood de Richard Linklater ao arrecadar os galardões para as categorias de melhor filme dramático e melhor realizador (para além do prémio de melhor atriz secundária). Michael Keaton, pela sua notável performance na pele de Riggan Thomson em Birdman (ver análise do Câmara Lenta) foi distinguido na categoria de melhor ator num filme de comédia/musical. Também o argumento de Alejandro González Iñárritu et alii foi distinguido com uma estatueta, fechando os prémios conseguidos por esta longa-metragem, das suas sete nomeações. De seguida, fica a lista dos vencedores na categoria de cinema.


MELHOR DRAMA: "Boyhood" de Richard Linklater
MELHOR MUSICAL OU COMÉDIA: "Grand Budapest Hotel" de Wes Anderson
MELHOR REALIZADOR: Richard Linklater com "Boyhood"
MELHOR ATOR NUM FILME DRAMÁTICO: Eddie Redmayne ("A Teoria de Theory of Everything")
MELHOR ATRIZ NUM FILME DRAMÁTICO: Julianne Moore ("Still Alice")
MELHOR ATOR NUM MUSICAL OU COMÉDIA: Michael Keaton ("Birdman")
MELHOR ATRIZ NUM MUSICAL OU COMÉDIA: Amy Adams ("Big Eyes")
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO: J.K. Simmons ("Whiplash")
MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA: Patricia Arquette ("Boyhood")
MELHOR ARGUMENTO: "Birdman" (Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris e Armando Bo)
MELHOR FILME ANIMADO: "How To Train Your Dragon 2" de Dean DeBlois
MELHOR FILME ESTRANGEIRO: "Leviathan" (Rússia) de Andrey Zvyagintsev
MELHOR BANDA SONORA ORIGINALJóhann Jóhannsson em "A Teoria de Tudo"
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL: "Glory" de John Legend e Common ("Selma")

Na categoria de televisão, para além dos destaques já mencionados acima, destaque ainda pela vitória de Kevin Spacey em House of Cards no papel de Francis Underwood e para True Detective que, apesar das 4 nomeações, não conseguiu arrecadar nenhuma estatueta.

Confere a lista de todos os vencedores no site dos Globos de Ouro.